Instagramer russo protesta contra crimes contra LGBT na Chechênia publicando romance gay
Quando o artista russo Alexander Abramov percebeu pela primeira vez que era gay, crescendo no antigo país soviético do Cazaquistão, ele começou a escrever diários sobre suas primeiras experiências gays, seus desentendimentos com drogas e as cicatrizes emocionais de crescer em uma sociedade repleta de atitudes anti-LGBT. Agora o Intagramer bonitão Abramov Lex acaba de lançar os dois primeiros livros de um conjunto de cinco volumes chamado Uncovered. Os livros combinam trechos de seus 20 anos de jornada ao lado de fotos íntimas e sensuais.
Depois de se mudar de Moscou para Nova York, há três anos, Lex decidiu aproveitar sua formação em moda e fotografia para re-imaginar a jornada de sua vida como arte.
Ele era um jovem gay doentio que cresceu alto e esguio devido a uma operação intestinal aos 13 anos de idade. Mas com o tempo, ele se transformou no modelo musculoso de 120 quilos que é hoje. Uncovered conta a história de sua vida como gay, sua doença, autodescoberta, imigração e eventual masculinidade como uma jornada fotográfica através de cinco personagens diferentes: Wrangler, Mercenary, Woodman, Journeyman e Seafarer.
Cada volume de Uncovered segue um personagem diferente com diferentes partes dos diários de Lex, iluminando algumas lutas comuns aos jovens LGBT e compartilhando seu amor criativo pela fotografia.
Ele diz ao Hornet: “Quando eu estava pensando sobre quais personagens eu posso tocar – começando com um homem de barba muito cheia e espessa – eu fui guiado principalmente por todas as minhas fantasias sexuais que datam da primeira vez quando eu comecei a sentir atração pelo meu gênero. Personagens são vistos como símbolos sexuais, por falta de um termo melhor, na cultura gay”.
O primeiro volume segue chama Wrangler e o segundo volume, Mercenary.
Uncovered também acrescenta seu potencial adulto aos seus registros anteriores, para ajudar a contextualizar suas experiências e explicar o quão reais e imediatas suas emoções jovens eram na época. Ele chamou o processo de catártico.
“Como um homem gay que nasceu na República do Cazaquistão e viveu a maior parte dos meus 20 anos na Rússia, eu sei por experiência própria a situação horrível com os direitos dos homossexuais (e falta deles) nesses países”, diz ele.
“Quando comecei a receber ameaças de morte através de mensagem direta no meu Instagram porque eu estava postando fotos de mim e meu namorado, fiquei pensando que, ‘hoje é apenas uma ameaça na minha mídia social, mas amanhã isso poderia acontecer na vida real na rua e ninguém vai me proteger e meu homem”.
Lex diz que a vida gay em países ex-soviéticos é muitas vezes cheia de medo. E assim, para ajudar a proteger os jovens LGBT na região, ele está doando 10% dos lucros de cada livro para o Russia LGBT Network, a organização que o Hornet tem trabalhado junto para ajudar as pessoas LGBT a escaparem da campanha de sequestro, tortura e homicídio contra pessoas gays na Chechênia.
“Espero que a parcela de 10% dos lucros para o Russian LGBT Network vai dar a outro cara a oportunidade de ser fiel a si mesmo e ser corajoso o suficiente para sair como eu fiz”, diz Lex.
