Alunos LGBTI poderão ser recusados em escolas australianas
Alunos LGBTI poderão ter suas matrículas recusadas em escolas religiosas na Austrália. Uma proposta em estudo pelo governo do país está prestes a dar o direito às escolas de recusar alunos, professores e funcionários LGBTI de acordo com as convicções religiosas da instituição. O projeto vem causando polêmica no país oceânico segundo informações da BBC.
Caso seja aprovada, a legislação permite que os colégios possam selecionar os estudantes e funcionários com base na orientação sexual e na identidade de gênero e faz parte da revisão das leis de liberdade religiosa que está sendo empregada na atual gestão. Apesar de alguns estados já permitirem a medida, a mesma pode ser estendida para todo o território australiano. As escolas teriam que divulgar os critérios para contratar funcionários e aceitar matrícula de estudantes LGBT.
Considerado membro da ala conservadora, o primeiro ministro do país Scott Morrison afirmou que está analisando cada proposta do relatório de revisão da legislação considerada cuidadosamente e respeitosamente.
A Fairfax Media, um dos principais grupos de comunicação da Austrália, teve acesso à cópia do relatório, que foi produzido depois que o país decidiu legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo no ano passado. A organização também diz que permitir que escolas do país autorizem a rejeitar alunos pela opção sexual poderia “interferir em outros direitos humanos”, além de concluir que não há indícios que a liberdade religiosa esteja ameaçada.
“Há uma grande variedade de escolas religiosas na Austrália e, para algumas comunidades escolares, cultivar um ambiente e um ethos que estejam de acordo com suas crenças religiosas é de suma importância”, diz o documento.
Um grande retrocesso em um país que recentemente ganhou o direito do casamento igualitário.