André Medeiros reúne conteúdo de seu livro “Flexões” no site “Não Repare a Bagunça”
André Medeiros Martins realiza ensaios de nu desde 2010, lançou o livro FLEXÕES em 2013, e depois de realizar quase 600 ensaios fotográficos resolveu reunir todo seu material em um único espaço. O site Não Repare a Bagunça recria a casa que André morou durante os últimos 10 anos, ali estão todas as histórias, as cenas de sexo, os encontros, o cachorro e um monte de gente pelada que se disponibilizou a participar de seu trabalho.
A produção de conteúdo erótico influencia diretamente na maneira que vemos e lidamos com os nossos corpos e a pauta atual esta muito ligada a questão da representatividade dos corpos padrões X dissidentes. “Tentamos produzir material que construa possibilidades para o desejo: um corpo pode gozar enquanto ri, outro pode sentir tesão no que para muitos é bizarro e, ainda, pode se sentir atraído não somente por um pau. Assim pensamos sobre a pluralidade de interesses e as infinitas flexões dos corpos”, conta André.
Utilizar o sexo explícito como veículo de comunicação é o principal objetivo desse trabalho. O desejo opera diariamente em diferentes circunstâncias e, por meio dos vídeos, Medeiros procura deflagar os vários caminhos da sexualidade e do sexo. “Muitos comentários que recebemos em relação aos vídeo destacam que estes aproximam o sexo e a sexualidade da vida comum ou que geram algum tipo de estranheza, tesão e reflexão. Nesse sentido, a nossa estética se mostra diversa das idealizações normalmente produzidas pela indústria do pornô”.
É impossível prever a extensão dos atos de censura e opressão de tudo que não seja branco, cis e heterossexual do atual governo, apenas temos certeza que serão anos de muita resistência para poder continuar a existir.
Como ser anti-fascista e anti-homofóbico por meio das fotos e vídeos publicados no nossos canais? O fascismo e o preconceito surgem quando oprimimos a diferença, reproduzimos os valores e a estética das pessoas que tem poder e nos colocamos no lugar da certeza e do certo, sem nos abrir para as críticas que vem de pessoas que pensam diferente de nós.
Pensamos que esse combate ocorre por diferentes vias: (1) por meio do processo de produção de material que seja o mais horizontal e democrático possível, permitindo que a subjetividade de todos que participam emerja com liberdade e acolhimento; (2) pela promoção de uma estética do desejo que seja plural e crie espaço para expressões outras que aquelas típicas de uma sociedade de valores burgueses e cristãos e (3) pela abertura aos comentários e críticas que vem das pessoas que veem os vídeos e as fotos, mantendo-nos abertos e sensíveis e nos reformulando.
Fazendo parte do projeto
O projeto não tem fins lucrativos, nunca gera qualquer tipo de gasto aos participantes e nem tem qualquer financiamento externo. Os custos de produção são investimentos próprios. Basta estar disposto a experimentações e ter interesse neste processo de tentativa de subversão de conteúdo pornográfico. Todo o conteúdo explícito pode ser visto no seu canal no XÍDEOS
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