Boy X Paizão: até que ponto a relação “sugar” pode ser saudável ao homem gay mais velho
Ser um “sugar daddy” ou “sugar baby” em uma relação é responsabilidade dos dois e se o acordo estiver fazendo bem a ambos, okay, não nos cabe julgar, visto que “o combinado não sai caro”, já dizia o ditado. Mas quando um homem gay mais velho se encontra em estado de solidão, esse preço pode sim, sair mais caro, literalmente. Pesquisas mostram que risco de solidão é maior para comunidade LGBT que envelhece.
Assista vídeo “Boy x Paizão”:
O fato é que a sociedade LGBTQIA+ não está preparada para envelhecer. Espaços de socialização para gays perpetuam questões imagéticas do corpo padrão, como festas, shows, bares, saunas, sem contar o choque cultural que se dá pela questão temporal de um homem gay que viveu a juventude na década de 70 e dos que a vivem nos dias de hoje.
Muitos homens gays mais velhos se veem carentes de afetividade e encontram em rapazes mais novos, “dispostos” a fomentar essa carência em troca de retribuições que quase sempre envolvem gastos, o que pode se tornar um perigo para a estrutura desse homem carente.
É preciso ter limite na construção desse tipo de relação para que, ainda que dentro de um acordo, nenhum dos dois se torne abusivo ao requerer mais do que aquele pode dar. Que sugar daddy e sugar baby estejam dispostos a cumprir seus papeis sem usar da má fé sobre o corpo e o dinheiro do outro.
O Vídeo Boy X Paizão é uma demonstração de como podemos nos organizar psicologicamente e estruturalmente para enfrentar as dificuldades de se envelhecer sendo LGBT e cumprir um ciclo de vida saudável e digno que merecemos.
Sobre o autor:
Marcio Rolim é editor de conteúdo do Hornet e do site Observatório G para os quais já escreveu mais de 3 mil artigos de sobre comportamento LGBTQIA+ e também produz conteúdo para o canal Bee40tona no Instagram e no YouTube.