Número de candidatos trans e travestis cresce 10 vezes nas eleições de 2018

Número de candidatos trans e travestis cresce 10 vezes nas eleições de 2018

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Número de candidatos trans e travestis bate recorde nessas eleições, sendo que, pela primeira vez, por unanimidade, o TSE também decidiu que as cotas de candidatos são por gênero, não por sexo biológico.

Totalizando cinquenta e dois candidatos trans e travestis a concorrerem a um cargo no Congresso, o número é dez vezes maior do que em 2014, segundo levantamento feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), organização que reúne 127 instituições que promovem ações afirmativas ligadas à causa LGBTI em todo o Brasil.

Segundo O Globo, é possível que o aumento tenha se pautado em duas decisões do Judiciário — uma do Supremo Tribunal Federal (STF), outra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — que possibilitou a alteração para o nome social e identificação de gênero de eleitores e candidatos transexuais e travestis.

Por unanimidade, o TSE também decidiu que as cotas de candidatos são por gênero, não por sexo biológico. Na prática, isso significa que os trans devem ser considerados de acordo com os gêneros com que se identificam. Uma vitória para a população que representa essas pessoas.

Tiffany é a primeira trans do vôlei e concorre a vaga de deputada em SP

O Brasil tem, pela primeira vez, uma candidata travesti ao Senado. Duda Salabert, que concorre em Minas Gerais pelo PSOL, é professora e preside uma ONG que oferece apoio a travestis e transexuais em Belo Horizonte. “Nossa sociedade ainda é muito machista e lgbtfóbica, e isso se reflete na política e dentro dos partidos. A expectativa de vida de uma travesti não chega a 35 anos no Brasil. Existe preconceito na sociedade, dentro do meio LGBT e dentro dos partidos de esquerda e de direita. Os partidos são espelhos da sociedade”, afirma Duda.

A decisão que permite o nome social e a mudança de gênero nos cartórios é um exemplo de avanço na igualdade social, afirma o Diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI+, que também apoia candidatos gays, lésbicas, travestis e transgêneros, Toni Reis: “o público é sub-representado na política brasileira, e que as regras eleitorais e a distribuição dos recursos partidários são dominados por políticos que já estão em Brasília. Precisamos tirar a política do armário. Infelizmente, hoje é feita para perpetuar quem já está no poder. A renovação vai ser mínima. Se renovarmos 20% estaremos felizes. Se elegermos mais um candidato que represente a população LGBTI vamos comemorar”, completa Reis.

São Paulo é o Estado com o maior número de concorrentes trans e travestis, 12, seguido do Rio de Janeiro, com 8. Na sequência vêm Minas Gerais e Santa Catarina, com 4. Paraná e Pernambuco têm 3, cada. Na atual legislatura, dos 513 deputados federais e 81 senadores eleitos em 2014 apenas o deputado Jean Wyllys (PSOL) é assumidamente gay. Não há nenhuma travesti ou trans no Congresso.

Na capa, professora Luiz Coppiters, candidata a deputada estadual em SP

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