Em busca da chuca perfeita para o carnaval

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Carnaval chegando e, claro, a gente quer o que? Beijar, transar, beber, se colocar, se montar e muito mais, por isso produzimos uma série de 3 artigos sobre todos esses assuntos e aqui vai o primeiro, a bendita e amiga das horas mais desavisadas, chuca. falamos com um especialista e veja o que ele tem a dizer.

O enema, popularmente conhecido pela maioria de nós como chuca, é um hábito da maiorias dos praticantes do sexo anal. Há quem pense que somente homens que fazem sexo com homens fazem uso da prática mas a realidade é que o número de pessoas adeptas só cresce. O medo de “passar o cheque” além do aumento do prazer anal e constipação crônica são algumas das razões apontados pelos adeptos.

O que é

O enema, consiste em uma lavagem anal com água ou outros fluidos e que já existe há muito tempo como medida de preparo para diversas finalidades médicas como exames e administração de medicamentos. Porém, vem sido utilizada para a prática da penetração anal e usada equivocadamente de forma corriqueira. Existem riscos para a realização dessa atividade que vão desde o comprometimento da microbiota local até lacerações anais e perfurações retais.

A mucosa retal e anal, ou seja o revestimento interno de parte do intestino e ânus, ao ser lesado, abre uma porta de entrada para infecções como HPV e o HIV. Essas portas de entrada facilitam o contato dos vírus com a corrente sanguínea o que aumenta a probabilidade de infecção. Essas associações que expõem a relação entre a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e as duchas retais tem sido feitas em diversos estudos recentes ao redor do mundo e inclusive no Brasil.

E não para por aí: os estudos também afirmam que há a possibilidade de que o uso de duchas retais aumente consideravelmente o número de relações sexuais desprotegidas entre gays masculinos. Segundo essas novas informações, aplicadas na forma de questionários nos participantes da pesquisa, alguns homens referem acreditar que o enema inclusive poderia prevenir infecções transmitidas sexualmente.

Fazer ou não fazer

Embora a prática da chuca caseira seja desencorajada pelos médicos como preparação para o sexo, a realidade é que ainda a ducha retal é o método mais usado e portanto o mais importante é a redução de riscos inerentes a atividade. Uma opção de se diminuir o risco dessas complicações seria o enema vendido em farmácias. O produto é descartável e particularmente seguro e adequado para a atividade, já que minimiza o risco de ferimentos que funcionam como facilitadores de contágio, além de proporcionar maior conforto ao usuário. Contudo, apesar das vantagens do uso do kit para enema vendido nas drogarias e farmácias do país, o seu custo pode sair elevado devido a frequência de uso dos usuários, o que desencoraja o método.

Alguns cuidados

Mesmo não sendo o método mais indicado, cuidados no uso do chuveirinho também podem fazer a diferença. A higienização constante do aparelho, antes e após o seu uso, evitar a introdução do bico e o uso de até 1 litro de água podem fazer com que os danos a saúde sejam diminuídos também. Além disso, uma dieta rica em fibras ajuda a formação e aumento do bolo fecal o que permite que a ampola retal (local onde as fezes ficam armazenadas) seja esvaziada com mais facilidade.

Não esquecer que tão importante quanto os cuidados com a chuca em si, é o uso do gel lubrificante que impede que a mucosa seja ainda mais lesada pela fricção do ato sexual. Mesmo com todas as dicas, é sempre importante o uso do preservativo. Ele protege tanto quem fez quanto quem não fez a chuca e sempre deve ser a prioridade em qualquer relação sexual saudável e confortável.

 

Este texto é uma contribuição do Dr. Lira Filho, médico graduado pela Universidade do Estado do Pará e residente em Medicina de Saúde da Família e Comunidade pela mesma universidade.

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