Estudantes são presos em Goiânia suspeitos de agredir jovem por ser gay

Estudantes são presos em Goiânia suspeitos de agredir jovem por ser gay

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Estudantes são presos pela Polícia Civil em Goiânia acusados de agredir um jovem de 24 anos. A vítima acredita que foi agredida por ser gay. O crime aconteceu no último dia 6 de julho, no Setor Bueno. Imagens de câmeras de segurança mostraram quando os autores correm atrás e batem no rapaz.

Segundo o delegado que investiga o caso, Carlos Caetano, um deles disse ter sido provocado pela vítima e por isso a agrediu com socos. O segundo nega qualquer agressão ao jovem. Ambos negaram que tudo ocorreu por homofobia.

Em entrevista ao G1, o advogado que representa os dois, Eduardo Brown disse que os seus clientes não são homofóbicos e que “são pessoas ilibadas e de boa índole, que convivem em sociedade em perfeita harmonia”. Portanto, a defesa “refuta qualquer afirmação de crime motivado por discriminação sexual”. Veja o posicionamento na íntegra ao fim da reportagem.

O jovem denunciou à corporação que foi vítima de homofobia. Ele contou que foi xingado e agredido por três rapazes, dos quais dois correram atrás dele na rua. Imagens de câmeras de segurança mostram o jovem caminhando e sendo abordado por dois homens. Um deles dá vários murros no rosto da vítima. Para tentar fugir das agressões, o rapaz corre.

Segundo o jovem, o homem que jogou o copo o xingou e disse que a vítima merecia morrer. “Me xingando de ‘viado’, de ‘bicha’, falando que minha roupa era roupa de ‘bicha’, que eu tinha que morrer porque não é certo ser ‘viado’. Que eu era ‘viado’ porque eu não apanhei o suficiente quando eu era criança. Que eles iam me ensinar a ser homem na porrada”, contou.

O jovem fez exame de corpo de delito e registrou um boletim de ocorrências no 4º Distrito Policial de Goiânia. A polícia registrou inicialmente o caso como injúria e lesão corporal, mas será mudado para se enquadrar na Lei de Racismo.

Em junho, a homofobia foi considerada crime no Brasil pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e se enquadra nas mesma Lei de Racismo, que é um crime inafiançável e pode ser punido com um a cinco anos de prisão e, em alguns casos, pagamento de multa.

O delegado Carlos Caetano, que apura o caso, disse que o registro inicial foi só uma direção para começar a investigar o caso. “Ouvimos formalmente a vítima [terça-feira] e o meu entendimento leva a crer que foi um crime dentro da Lei de Racismo, de acordo como definiu o STF. […] Estamos aguardando o resultado do exame de corpo de delito, mas as declarações da vítima e as imagens deixam claro que houve o crime”, afirmou.

O jovem que foi agredido insiste em divulgar o caso para que haja outras vítimas. “Se eu puder ajudar a evitar que isso aconteça com alguma outra pessoa é isso que eu quero. Eu quero que eles sejam pegos para que eles não possam mais fazer isso com ninguém”, afirmou.

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