Exposição Queermuseu reabre no Rio após censura polêmica em Porto Alegre

Exposição Queermuseu reabre no Rio após censura polêmica em Porto Alegre

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Exposição Queermuseu reabre após ter sido suspensa pelos organizadores em setembro do ano passado em Porto Alegre, onde era exibida no Centro Cultural Santander, após campanha agressiva em redes sociais contra o conteúdo da exposição, e ficou fechada durante um mês, período que faltava para terminar a temporada, com fitas para isolar a área dentro do espaço cultural.

Mesmo depois da tentativa de reabrir a exposição no Museu de Arte do Rio (MAR), que é ligado à prefeitura, a censura continuou advinda do prefeito Marcelo Crivella, mas agora, o Parque Lage, espaço do Governo do Estado, abriu as portas para a mostra. A direção da exposição explica que a Escola de Artes Visuais do Parque Lage sempre foi um espaço de resistência, criado durante a ditadura militar, e teve amplo apoio e financiamento da sociedade para receber a Queermuseu.

“A Secretaria de Cultura nos deu carta branca para iniciar essa campanha, muito desafiadora, contra a censura, no momento em que a gente vivia um obscurantismo muito grande nas artes. Lançamos o crowdfunding no dia 31 de janeiro desse ano e o resultado foi impressionante, já que foi a maior campanha de crowdfunding do Brasil”, afirmou o diretor da Escola de Artes Visuais.

No total, foram arrecadados mais de R$ 1 milhão em 58 dias, com 1.659 colaboradores na vaquinha virtual, o que possibilitou a reforma da Cavalariça do Parque Lage para receber a exposição que apresenta 214 obras de 82 artistas, um número menor do que as 264 da exposição original. Segundo o curador, Gaudêncio Fidelis, a redução não cortou nenhum artista e não modificou a integridade conceitual da mostra.

O objetivo da exposição é expor as diferenças entre as pessoas, indo muito além das questões de gênero e de sexualidade, abordando todo tipo de comportamentos pensado e construído fora da perspectiva exclusivamente normativa e que se estabelece dentro da institucionalidade.

“Algumas pessoas têm uma certa dificuldade de entender. Até porque a gente não pode pensar gênero e sexualidade fora do universo da cultura, no seu sentido mais amplo, contemplando o território dos costumes e do conhecimento. Inclusive porque o termo queer, uma vez que foi reapropriado de maneira positiva, ele dá a sua contribuição pela sua amplitude, por contemplar todo um campo de manifestações que a própria sigla LGBT não contemplava”.

A exposição Queermuseu – Cartografias da diferença na arte brasileira poderá ser vista na Escola de Artes Visuais do Parque Lage do dia 18 de agosto até 16 de setembro. A escola fica aberta todos os dias. Além da mostra, o público terá acesso, também gratuito, a uma grande programação de debates sobre o tema, com curadoria de Ulisses Carrilho, e atrações musicais selecionadas por Julio Barroso entre artistas que militam no movimento LGBT. A mostra recebeu classificação indicativa de 14 anos pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

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