Diretora de serviço de adoção diz: Gays só podem adotar crianças com problemas

Diretora de serviço de adoção diz: Gays só podem adotar crianças com problemas

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Pascale Lemare, diretora de serviço de adoção da região de Seine Maritime, no noroeste da França, está no centro de uma polêmica depois de ter afirmado que “é complicado” para um casal homossexual adotar um bebê recém-nascido em boa saúde. Para eles, disse, restariam apenas “crianças maiores, deficientes físicas ou com problemas psicológicos”.

Segundo reportagem do G1, a declaração foi dada em programa de rádio da emissora France Bleu em que a apresentadora perguntou para Lamare se seria difícil para um casal de homossexuais adotar um bebê de três meses “que vai bem”. A resposta foi clara. Segundo a representante do serviço de adoção da região francesa, “há pais que correspondem melhor aos critérios”.

“Os casais do mesmo sexo são ‘atípicos’ em relação à norma biológica e social, se se interessarem podem adotar crianças diferentes”, declarou Lamare. A apresentadora pediu então à diretora que explicasse melhor o que ela considerava uma “criança diferente”.

Sem rodeios, ela então respondeu que eram “menores que ninguém queria” e “muitas pessoas não aceitam adotar crianças deficientes, mais velhas, ou com problemas psicológicos graves.” Esses menores, disse, “têm problemas que os casais não aceitam”, e isso, ressaltou, “é normal”.

O presidente da região de Seine Maritime, Pascal Martin, do partido União dos Democratas e Independentes, condenou a atitude da responsável do serviço de adoção em um comunicado: “em nenhuma hipótese a orientação sexual dos futuros pais é um critério de avaliação”. Para o secretário de Estado do ministro da Ação das Contas Públicas, Olivier Dussopt, “esse tipo de discurso é contrário aos princípios de neutralidade, igualdade e luta contra a discriminação que caracteriza a função pública”.

Já o presidente da Associação de Famílias Homoparentais, Alexandre Urwicz, afirmou que prestará queixa junto ao procurador da República de Rouen, principal cidade da região de Seine Maritime. “Estamos escandalizados. Já tínhamos ouvido histórias sobre a política de adoção da região, mas sem provas”, declarou Géraldine Chambon, membro do centro LGBTI da Normandia.

O Conselho Departamental que administra a região indicou que fará uma auditoria para confirmar a existência de disfunções no serviço. “São declarações inadmissíveis e práticas ilegais”, resumiu o porta-voz da Associação francesa de Pais e Mães Lésbicas, Nicolas Faget.

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