Justiça inocenta Jean Wyllys por ter chamado Bolsonaro de “fascista”, “burro” e “corrupto”
Justiça inocenta Jean Wyllys no Rio de Janeiro nesta terça-feira (19/02) contra o pedido de indenização, por danos morais, feito pelo presidente Jair Bolsonaro por uma entrevista concedida pelo ex-deputado federal Jean Wyllys em 2017. Na época, o então deputado federal Jair Bolsonaro afirmou que se sentiu ofendido pelo outro parlamentar na publicação do jornal O Povo, de Fortaleza (CE).
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Segundo o portal A Capa, no processo, Wyllys usou termos como “fascista”, “desonesto”, “responsável por lavagem de dinheiro e caixa dois”, “burro”, “ignorante”, “desqualificado”, “racista”, “corrupto”, “canalha”, “nepotista” e “boquirroto”. O ex-deputado do PSOL disse, por sua vez, que a imunidade parlamentar é uma proteção adicional à liberdade de expressão. A juíza Márcia Hollanda, da 47ª Vara Cível da Capital, negou pedido de indenização.
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“No caso em exame, apesar de reconhecer o inequívoco tom ofensor dirigido pelo réu ao autor, inclusive imputando-lhe a prática de crime de lavagem de dinheiro, na esteira da posição consolidada pelo Egr. Supremo Tribunal Federal, entendo que as declarações estão abarcadas pela imunidade parlamentar”, disse a magistrada em sua decisão.
Recentemente, Jean Wyllys decidiu não tomar posse em seu novo mandato de 2019. Em sua conta de Facebook, Jean Wyllys publicou nota: “Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé!”
Mais uma vitória para um dos maiores defensores das causas LGBTI que, infelizmente, não consegue mais ficar no país por conta de ameaças feitas inclusive à sua família.