LGBT militante é uma obrigação ou dá para se posicionar diferente? (vídeo)
LGBT militante é o mundo ideal. Pela história de opressão e luta pior conquistas que vivemos até aqui, e ainda temos no presente, seria de extrema importância que toda pessoa LGBT estivesse engajada em alguma forma de ativismo.
A palavra militante lembra militar, estrutura opressora que nos faz repensar em usar ativista, atualmente, para se referia àquele que está envolvido em causas humanitárias de minorias. Um olhar histórico nos posiciona recentemente na luta, desde StoneWall, quando a primeira Parada do Orgulho surgiu em prol do direito básico à existência.
Mas hoje, nem tudo precisa ser assim, como diz o vídeo, você não é obrigado a nada. E, embora não seja obrigado, tem deveres que perpassam por consciência de classe, combate ao racismo e promoção de espaços democráticos onde todos possam coexistir de forma justa. Isso é ser aliado.
Para ser um aliado, sem ser um ativista, de fato, basta que você entenda quais suas posições de privilégio (branco, cis heteronormativo, classe média, acesso à universidade e empregabilidade) e a partir dessa posição, permita que o ativismo LGBT encontre o caminho para que pessoas com menos privilégios possam ocupar este espaço também.
Em segundo, é preciso ter contexto histórico. Ler e entender o passado, sobre como o sistema opressor usou políticas de biomorte para apagar pessoas LGBT e sua função social, abre horizontes na compreensão de seus privilégios. É importante saber o que foi o golpe militar, o que foi o movimento de StoneWall e muito mais minimamente.
Por fim, oportunizar chances a minorias oprimidas, com base em sua expectativa de vida, sem tirar deles benefícios em causa própria, como pro exemplo, oferecer vagas de trabalhos a LGBTs pretos e combater crimes de homofobia em ambientes familiares. Isso é o mínimo para ser um aliado sem ser um “militante” no front da luta, luta esta que garante a sobrevivência de todos, sem exceção.
Marcio Rolim é editor de conteúdo do Hornet para o qual já escreveu mais de 3 mil artigos de sobre comportamento LGBTQIA+ e também produz conteúdo para o canal Bee40tona no Instagram e no YouTube.