Precisamos parar de usar o medo como ferramenta para prevenção do HIV-AIDS

Precisamos parar de usar o medo como ferramenta para prevenção do HIV-AIDS

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O medo como ferramenta para prevenção foi o foco da discussão durante a roda “PrEP: política pública, mídia e estigmas” realizada no Centro Cultural Casa 1, no último domingo (15), o psicólogo e pesquisador Thiago Pinheiro e o jornalista Nathan Fernandes falaram sobre o desafio das campanhas de prevenção de HIV-AIDS e os estigmas criado pela mídia.

Abrindo a roda, o infectologista Rico Vasconcelos, explicou: “A PreP é uma estratégia de prevenção contra HIV que acaba de ser implementada pelo SUS onde quem não tem HIV toma um comprimido por dia para evitar que a infecção aconteça”.

A partir da explicação Pinheiro trouxe dados históricos dos processos de prevenção, lembrando que a camisinha nem sempre foi um ítem bem recebido pela população. “Parte do meu estudo foi sobre o discurso da camisinha onde o preservativo sai do contexto super marginalizado, até então associado à prostituição e sexualidade marginal e vira um ítem de saúde pública”.

“Quando surge a epidemia a solução dada é que ‘se o problema é fazer sexo, pare de fazer sexo’, o movimento gay tem a sacada de pensar nas práticas seguras e com isso vem a camisinha,” conta o especialista.

Já o jornalista Nathan Fernandes, autor da matéria “Síndrome do preconceito: como o estigma contribui para o aumento da epidemia de aids”, da Revista Galileu que recentemente ganhou o prêmio de melhor matéria impressa da América Latina pela Aids Healthcare Foundation falou sobre como é produzir conteúdo sobre o tema.

“É muito difícil pautar tema, depende do veículo boa vontade. Vale ressaltar ainda que existem outros meios de falar sobre HIV/AIDS e os Youtubers por exemplo tem mostrado isso”, apontando jovens e adultos que conseguem passar a informação de forma completa e bem feita acessando um público que o impresso muitas vezes não consegue.

Para Pinheiro, o desafio ao dar uma entrevista sobre HIV/AIDS é “como tornar o tema palatável para o público”, para ele a mesma lógica das campanhas de prevenção. “Como pesquisador é difícil encontrar o caminho para a simplificação,” relata.

Em comum, Fernandes e Pinheiro apontam que o medo é o fator que deve ser excluído de vez ao se falar de HIV/AIDS “O medo como ferramenta de prevenção é um fenômeno cultural no caso do HIV e precisa parar de ser usado,” aponta Pinheiro.

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