Dia do Orgulho LGBTI+: temos o que comemorar afinal?
Dia 28 de junho é o dia comemorado o Dia do Orgulho LGBTI+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e outros grupos minorizados). A data marca o triste episódio ocorrido em Nova York, no ano de 1969, quando frequentadores do bar Stonewall Inn reagiram a uma série de batidas policiais realizadas motivadas pela intolerância. No ano seguinte, o 28 de junho foi escolhido para ser o dia da primeira parada gay dos Estados Unidos, que inspirou outras mundo afora, sendo a data conhecida como o dia de luta contra o preconceito.
Estamos mais presentes sim, as conquistas são inegáveis no Brasil, onde a representação política cada vez mais exerce pressão no poder público. Casais homoafetivos podem oficializar a união no civil e adotar filhos, trabalhadores podem estender seus benefícios previdenciários e de plano de saúde aos seus cônjuges, transexuais podem mudar o nome no cartório sem a obrigação de terem passado por cirurgia de adequação sexual ou recebido autorização judicial, além de usar o nome social na Educação Básica sendo a mais recente conquista o manual de doenças psiquiátricas mais importante do mundo não vê transgêneros como pessoas com problemas mentais.
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Mas devemos comemorar ou nos preocupar? Em 2017, 445 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTIs) foram mortos em crimes motivados por homofobia. O número representa uma vítima a cada 19 horas. O dado está em levantamento realizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), que registrou o maior número de casos de morte relacionados à homofobia desde que o monitoramento anual começou a ser elaborado pela entidade, há 38 anos.
Os dados de 2017 representam um aumento de 30% em relação a 2016, quando foram registrados 343 casos. Em 2015 foram 319 LGBTIs assassinados, contra 320 em 2014 e 314 em 2013. O saldo de crimes violentos contra essa população em 2017 é três vezes maior do que o observado há 10 anos, quando foram identificados 142 casos.
A organização não governamental Human Rights divulgou um relatório a respeito da violação dos direitos humanos no Brasil. O documento destaca que a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos recebeu 725 denúncias de violência, discriminação e outros abusos contra a população LGBTI somente no primeiro semestre de 2017.
Temos um longo caminho pela frente. E nosso escudo contra o preconceito é o orgulho. Devemos ter orgulho do que somos e cada vez mais levantar nossas vozes para que todos vejam que existimos e podemos ocupar os espaços sociais com a mesma dignidade de qualquer cidadão.