Padre diz que bandeira LGBT representa o caos e a maldade e foi criada pelo satanás
Padre diz durante pregação que bandeira do arco-íris é obra de satanás. Jerome Lavigne, que reza suas missas na cidade de Calgary, no Canadá, vem sendo duramente criticado nas redes sociais após declaração homofóbica e totalmente sem fundamento. Segundo seu discurso, a bandeira do movimento LGBTI foi feita pelo diabo.
De acordo com o site PinkNews, o padre afirma que a bandeira – criada por Gilbert Baker em 1978 – representa o caos, o fim da ordem natural das coisas e a maldade. “A bandeira do arco-íris é um sacrilégio de proporções insondáveis. Isso é nada menos que cuspir e rir na face de Deus”, disse Jerome em um de seus discursos. O religioso ainda lamentou e disse achar um absurdo que um padre não possa mais sair por aí usando assessórios com as cores do arco-íris, já que as pessoas possam confundir com um homossexual.
Sobre a bandeira
Gilbert Baker, o criador de um dos principais símbolos da comunidade LGBT – a bandeira arco-íris – morreu aos 65 anos em sua casa em Nova York, criou o estandarte, originalmente com oito cores, em 1978, para o Dia de Liberdade Gay de San Francisco, na Califórnia (Estados Unidos). A data é considerada precursora da parada de orgulho LGBT moderna.
A bandeira original tinha as seguintes cores, cada uma representando um aspecto diferente da humanidade:
Rosa – sexualidade
Vermelho – vida
Laranja – cura
Amarelo – luz do sol
Verde – natureza
Turquesa – mágica/arte
Anil – harmonia/serenidade
Violeta – espírito humano
Naquela ocasião, 30 voluntários ajudaram Baker a pintar a mão as duas primeiras bandeiras arco-íris. Elas foram hasteadas para secar no último andar de galeria de um centro da comunidade gay em San Francisco. Sujos de tinta, eles tiveram de esperar até a noite para lavar suas próprias roupas – já que não podiam lavá-las em lavanderias públicas.
Tempos depois, a bandeira foi reduzida a seis cores, sem o rosa e o anil. O azul também acabaria por substituir o turquesa. Falando sobre sua criação, Baker disse que queria transmitir a ideia de diversidade e inclusão, usando “algo da natureza para representar que nossa sexualidade é um direito humano”.
Após péssima repercussão nas redes, o padre veio a público dizer que “defende que todos vivam em paz, segurança e respeito pela dignidade do outro independente de idade, ascendência, cultura, orientação sexual e religião”.