Após cancelar Queermuseu, Santander é obrigado a realizar nova exposição
O Banco Santanter assinou acordo com Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul para a realização de duas novas exposições sobre temas que abordam a diferença e diversidade, sob a ótica dos direitos humanos, como punição por ter cancelado a exposição “Queermuseu” em setembro do ano passado após pressão e protestos de grupos conservadores.
A instituição tem o prazo de 18 meses para preparar as exposições ou sofrerá pena fixada em R$ 800 mil. Conforme determinação do MPF, as duas exposições terão que permanecer abertas por aproximadamente 120 dias. Em uma das novas exposições, o centro cultural abordará a questão da intolerância a partir de quatro eixos centrais: gênero e orientação sexual, étnica e de raça, liberdade de expressão. Na segunda exposição, os temas serão o empoderamento das mulheres na sociedade contemporânea, assim como a diversidade feminina, incluindo questões culturais, étnicas e de raça, de orientação sexual e de gênero.
“Ambas as temáticas são altamente relevantes nos dias de hoje. A intolerância, em especial quanto às questões de gênero e orientação sexual, está diretamente ligada ao encerramento precoce da ‘Queermuseu’, então nada mais coerente do que debatê-la por meio de uma nova exposição”, reforça o procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), Enrico Rodrigues de Freitas.
Na condenação, ficou também estabelecido que o Santander Cultural deverá continuar a dedicar especial atenção a medidas informativas sobre eventuais representações de nudez, violência ou sexo nas obras que serão expostas, assegurando, assim, a mais plena proteção à infância e à juventude.