Como vai ser a velhice LGBT? É melhor viver o agora
Como é a velhice de uma pessoa LGBT? Essa pergunta tem respostas infinitas, mas uma delas é baseada na ideia de que o LGBT tem, ou terá, uma vida solitária. O fato é que pesquisas mostram que homens gays tendem a envelhecer com uma taxa discriminatória extra, visto que uma parte pode ter saído expulso de casa, não conta com familiares ou filhos nesse período da vida.
Confesso que nunca tinha me feito essa pergunta até completar 40 anos, ter meu casamento terminado após 6 anos juntos e ter mudado de cidade, onde não tenho nenhum parente e tive que conquistar novos amigos. Não foi fácil esse enfrentamento, mas sim, tive que parar para pensar.
Coisas como aposentadoria, guardar grana, pagar previdência, pagar INSS e ter plano de saúde viraram um combo de preocupação que não ajudou em nada, na verdade, só atrapalhou, porque eu simplesmente deixei de viver o agora, o presente, o momento.
O vídeo é um relato sobre como eu entrei e tenho tentado sair dessa neurose da velhice (embora tenha absoluta convicção de que sou um homem muito jovem ainda) e sobre o que tenho feito para enfrentar as possíveis mudanças de plano no futuro.
As pessoas LGBTs precisam fazer e refazer suas famílias, quase sempre, e lutar a vida inteira por melhores condições de vida, que sempre se agrava com o tempo. Por isso, a melhor saída, é construir e viver um presente de forma plena, respeitando o corpo e a mente, para que, mais tarde, o encontro com as dificuldades seja de forma natural, ainda que simplesmente ao lado de um cachorrinho (ou um gato) companheiro.
Marcio Rolim é editor de conteúdo do Hornet e do site Observatório G para os quais já escreveu mais de 3 mil artigos de sobre comportamento LGBTQIA+ e também produz conteúdo para o canal Bee40tona no Instagram e no YouTube.