“Boca é para comer”, diz presidente africano para proibir sexo oral
“Boca é pra comer” é o argumento do presidente da Uganda, que se prepara para tomar mais uma decisão polêmica anti-LGBT no país. Yoweri Museveni, conhecido pelo seu posicionamento homofóbico e suas políticas anti-LGBT, estuda um projeto de lei a fim proibir a prática de sexo oral no país.
“Deixem-me aproveitar esta oportunidade para lançar um aviso público sobre as práticas erradas em que algumas pessoas participam e que são promovidas por alguns estrangeiros. Uma delas é o que chamam sexo oral. A boca é para comer, não é para fazer sexo. Nós sabemos qual é a ‘morada’ do sexo, sabemos onde é que deve ir”, anunciou Museveni em discurso esta semana.
Em 2014, Museveni aprovou uma lei que punia quem praticasse sexo homossexual com prisão perpétua. Apesar da homossexualidade ainda ser considerada crime no país, o Tribunal Constitucional da Uganda anulou a lei em agosto do mesmo ano após pressão internacional.
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O presidente africano de 73 anos tem o sexo oral como tema recorrente em seus discursos, ele prega a abstinência sexual para combater a disseminação do vírus da Aids, citando sempre homossexuais como maiores culpados. Há alguns anos, em um discurso anti-LGBT, ele comentou: “Você coloca a boca lá e você volta com vermes e eles entram no seu estômago, porque (a boca) é o endereço errado.”
Museveni chegou ao poder em 1986, após uma revolta armada. Com 35 milhões de habitantes, Uganda ocupa a 163ª posição no ranking de desenvolvimento humano (IDH) feito pela ONU. Em 2005, o país aprovou lei que retirava o limite de reeleição permitindo a permanência de Museveni no poder indefinidamente. No país africano também há pena de morte e falta de liberdade de expressão.