
Cantora trans Candy Melody da Banda Uó sofre transfobia em aeroporto
Neste domingo (4), a apresentadora, cantora e vocalista da Banda Uó, Candy Melody, publicou em suas redes sociais uma denúncia contra agentes do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro. Segundo a artista, enquanto se preparava para realizar viagem a Brasília, onde realizaria o último show da banda, funcionários do aeroporto a mantiveram detida por conta de seus documentos.
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“Eu estou detida aqui no aeroporto, porque dois caras queriam me revistar alegando que no meu documento constava [nome] masculino. Eles me coagiram, me levaram para uma sala com dois caras para fazer a revista em mim e eu não aceitei. E eu estou aqui, correndo o risco de perder o show de Brasília. (…) Eles não vão tocar em mim, eu não vou cooperar. Eu estava jurando que era uma revista comum de bagagem e de repente eles trancaram a porta (…) e pediram para eu tirar a roupa (…). Eu só não fui mais coagida porque a equipe inteira [da banda] estava aqui”, contou ela no Insta Stories.
O deputado Jean Wyllys twitou o story com seu protesto, assista abaixo:
Que absurdo! A cantora @candymel foi detida no aeroporto do Galeão em uma atitude claramente transfóbica. Na semana em que o STF garantiu o direito das pessoas trans retificarem seus documentos, é vergonhoso que a Mel seja submetida a essa situação vexatória e constrangedora. pic.twitter.com/Fmz9tYGx3R
— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) March 4, 2018
O caso ocorreu na mesma semana em que o STF garantiu o direito de pessoas transexuais e transgêneros de alterar seu nome no registro civil sem a necessidade de realização de cirurgia de mudança de sexo. De acordo com as informações do site da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), a revista física é realizada por um agente do mesmo sexo, independentemente do acionamento do detector de metais. A revista pode ocorrer em local público ou reservado, a critério do passageiro, e com presença de testemunha.
Após conseguir embarcar, Candy publicou mais um relato: “Eu não dei notícias antes, porque eu precisava descansar. No final eu acabei sendo revistada, mas foi em público, eu queria que acontecesse na frente de todo mundo, para que vissem um homem tocando o corpo de uma mulher. A minha forma de protesto, antes dessa invasão, desse abuso, foi ficar sem camisa, com meus seios de fora. Isso foi a minha forma de gritar”.
Leia este trecho:
“Rapidamente eles resolveram o ‘problema’, né? Eles queriam que fosse dentro de uma cabine, que ninguém tivesse visto aquela cena (…). Foi muito violento (…), eu fui tratada como uma criminosa, como alguém que não tinha direito de escolher o procedimento que fosse acontecer, como alguém sem direitos. Todo esse preconceito começa pelo fato de eles selecionarem a pessoa do nada, eles não estavam pedindo o documento de ninguém, eles pediram o meu”.
Candy afirmou que vai tomar as providências sobre o caso.
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